quinta-feira, 21 de junho de 2007

Governos locais são os responsáveis pelos conflitos

O alto-comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, não poupa críticas aos governos locais pelos conflitos mundiais, nomeadamente o do Darfur.
Guterres tem estado esta semana no Sul do Darfur e, em entrevista à Reuters, foi peremptório: «Vamos ser honestos, em muitos casos os governos são parte do problema e em muitos casos a comunidade internacional não tem capacidade para ajudar», afirmou o alto-comissário.

No entanto, salientou que o regresso de alguns refugiados do Sul do Sudão a casa, depois de quase duas décadas de exílio, é uma pequena vitória, tendo em conta a situação dramática que se vive na região. «Este ano, estamos a apoiar uma enorme reintegração de pessoas para o Sudão de muitos países vizinhos, como o Uganda, a Etiópia, o Quénia e a República Democrática do Congo», disse António Guterres, quando se encontrou com 161 refugiados sudaneses que estavam no Uganda.

Em 2007, o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados já organizou a repatriação de 35 mil pessoas para o Sudão, mais 14 mil do que no ano anterior.

2 comentários:

Bárbara Cunha disse...

Temos potencial para mudar o mundo… e se temos potencial! É necessário criar um movimento de cidadãos conscientes e conscienciosos da situação do Darfur no mundo. Temos tudo para tal. Dois braços e duas pernas, mas mais importante que isso temos uma cabeça que deverá servir para divulgar a situação da população no Sul do Sudão… e em todos os “darfures” espalhados pelo mundo

Parabéns pela iniciativa.

Nuno Guterres disse...

Acho o título desta notícia menos feliz. Não expressa devidamente o conteúdo da notícia e como Plataforma que são pela Paz parece-me que não deveriam dar relevo as críticas genéricas aos governos africanos que servem mais para que muitos cidadãos europeus se desvinculem da quota parte de culpa dos seus próprios governos nestas tragédias. E basta só lembrar todo o mercantilismo gerado em torno da exploração dos recursos naturais desses países e o apoio , por vezes velado, às elites africanas que os governam. O meu conselho é que se tenha mais atenção à mensagem que passam neste Blog.